"Minha meditação me queima, Senhor! Mas me deixai falar para me desafogar."
Jorge de Lima

domingo, 27 de dezembro de 2009

Dois "natais"

Num dia desses, uma colega de trabalho comentou que na opinião dela havia dois natais: o primeiro, religioso, com o presépio e a missa do galo, com as pessoas cantando canções como "Noite feliz", e outro, "laico", com a ceia, o peru, os presentes, o papai Noel... Fiquei pensando nisso e quase cheguei a concordar, afinal muitas pessoas já até se esqueceram do sentido inicial que o Natal traz. Para comprovar isso, basta lembrar que os japoneses, que em sua maioria não são cristãos, comemoram também o Natal, com árvores iluminadas e presentes. Mesmo aqui no Brasil, pessoas que se dizem ateias ou sem religião realizam em casa uma ceia para parentes e amigos, dão e recebem presentes etc. Contudo, uma coisa não me sai da cabeça: quando leio os Evangelhos, percebo que os ensinamentos de Cristo são baseados muito mais em sentimentos e pensamentos que em comportamentos e leis. Quando alguns se escandalizaram com o fato de Cristo e seus amigos agirem também no shabbat, ele responde que não se deve deixar de praticar o amor. A lei suprema é, portanto, o amor, dívida eterna do homem para consigo mesmo. Quando praticamos o amor, estamos praticando a lei de Cristo. Apesar da corrida desenfreada por presentes e itens da ceia de natal, vejo muita gente sensibilizada com as necessidades dos outros, vejo muita gente confraternizando com desafetos, antigos e novos, e não me refiro apenas às pessoas religiosas (ou que se dizem religiosas), mas às pessoas em geral. Cristo representa, na minha opinião, aquilo de mais humano que existe em nós. Acredito que Seu objetivo principal seja o de permitir um reencontro de nossa alma com a essência de nós mesmos. Por isso, não posso acreditar que existam dois natais. No íntimo compreendemos que aquilo que mais desejamos é o amor, e cada vez que agimos buscando-o, estamos cumprindo aquilo que Cristo nos ensina. Um bom Natal a todos!

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